A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança oficialmente no próximo dia 24 de novembro, às 20h, Solenidade de Cristo Rei, a Campanha para a Evangelização 2024. A cerimônia será realizada no Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e contará com a transmissão da Rede Vida de Televisão e outras emissoras de inspiração católica, além das redes sociais da CNBB (@cnbbnacional).
Participam do evento o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro; o secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers; o secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, e bispos do regional leste 1 da CNBB.
A Campanha para a Evangelização 2024
A Campanha para a Evangelização busca mobilizar os católicos de todo o Brasil a assumir a corresponsabilidade da sustentação das atividades evangelizadoras da Igreja. Em 2024, ela traz uma preparação para a abertura do Jubileu de 2025, quando se reflete sobre o tema “Peregrinos da Esperança”, proposto pelo Papa Francisco.
Em Roma, o Jubileu da Esperança será aberto na noite do Natal e, nas dioceses brasileiras, na Festa da Sagrada Família, dia 29 de dezembro deste ano. Por isso, o tema escolhido para a Campanha para a Evangelização 2024 é: “Jesus, nossa Esperança, habita entre nós. É nossa missão anunciá-lo”.
Coleta para a Evangelização
Um dos pontos altos da Campanha para a Evangelização é a Coleta realizada em todas as comunidades, nas celebrações do terceiro domingo do Advento, este ano dia 15 de dezembro, inclusive vespertinas. A distribuição dos recursos arrecadados é feita da seguinte forma:
✓45% ficam na própria diocese, para subsidiar a ação missionária, evangelizadora e pastoral da própria Igreja Local;
✓ 20% vão para o respectivo regional da CNBB, para a sua sustentação e de suas estruturas de evangelização e formação;
✓ 35% são enviados à sede nacional da CNBB, em Brasília, de forma a garantir iniciativas e estruturas evangelizadoras nacionais, como as Comissões Episcopais que orientam e dinamizam a ação pastoral e em todo o Brasil.
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos líderes do G20, reunidos no Rio de Janeiro, para tratar de temas como a urgência de ações concretas no combate à fome e à pobreza no mundo. A mensagem foi lida nesta segunda-feira, 18 de novembro, pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, durante o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
No texto, endereçado ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o Papa Francisco faz um apelo por solidariedade global e coordenação entre as nações para enfrentar injustiças sociais e econômicas, e sublinha que ações imediatas e conjuntas são indispensáveis para erradicar a fome e a pobreza, com foco na dignidade humana, no acesso aos bens essenciais e na redistribuição justa de recursos:
“É evidente que devem ser tomadas ações imediatas e decisivas para erradicar o flagelo da fome e da pobreza. Tais ações devem ser realizadas de forma conjunta e colaborativa, com o envolvimento de toda a comunidade internacional. A implementação de medidas eficazes requer um compromisso concreto dos governos, das organizações internacionais e da sociedade como um todo. A centralidade da dignidade humana, dada por Deus, de cada indivíduo, o acesso aos bens essenciais e a justa distribuição de recursos devem ser priorizados em todas as agendas políticas e sociais.”
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza: a proposta da Santa Sé
Um dos pilares da mensagem é a abordagem de Francisco sobre a proposta de criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. O Papa também alertou contra programas que ignoram as reais necessidades dos mais pobres e enfatizou que a fome resulta de desigualdades estruturais na distribuição de recursos, não da escassez de alimentos:
“A Aliança poderia começar implementando a proposta de longa data da Santa Sé, que propõe redirecionar fundos atualmente alocados para armas e outros gastos militares para um fundo global destinado a combater a fome e promover o desenvolvimento nos países mais empobrecidos. Essa abordagem ajudaria a evitar que os cidadãos desses países tivessem que recorrer a soluções violentas ou ilusórias, ou a deixar seus países em busca de uma vida mais digna.”
Solidariedade internacional como base para o futuro
Ao destacar a importância de uma solidariedade internacional baseada na fraternidade e no cuidado com a casa comum, o Santo Padre pediu ao G20 que mantenha a luta contra a fome como prioridade permanente, não apenas em momentos de crise. Ao encerrar, Francisco instou os líderes a tomarem decisões ousadas e concretas:
“A Santa Sé continuará promovendo a dignidade humana e fazendo sua contribuição específica para o bem comum, oferecendo a experiência e o engajamento das instituições católicas ao redor do mundo, para que em nosso mundo nenhum ser humano, como pessoa amada por Deus, seja privado de seu pão diário. Que o Deus Todo-Poderoso abençoe abundantemente seus trabalhos e esforços para o verdadeiro progresso de toda a família humana.”
G20 no Rio de Janeiro
O G20, que reúne as 20 maiores economias do planeta, realiza sua cúpula nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. O lema do evento, “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, reflete o compromisso do Brasil em promover acordos globais que combinem prosperidade econômica com inclusão social e desenvolvimento ambiental.
O encontro ocorre em um momento crítico, com o aumento de conflitos internacionais, desigualdade econômica e crises climáticas. A programação inclui debates sobre segurança alimentar, mudanças climáticas, saúde global e reforma do sistema financeiro internacional.
Além disso, o evento busca representar um compromisso com uma governança global mais equitativa e com uma transição ecológica justa e inclusiva. Entre os líderes presentes estão representantes dos Estados Unidos, China, Índia, Itália, Alemanha, França, Japão e outros países.
A comissão da Santa Sé para o G20 é composta pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano; dom Giambattista Diquattro, núncio apostólico no Brasil; cardeal Orani João Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro; monsenhor Joseph Grech, secretário do cardeal Parolin; e por monsenhor André Sampaio, vigário episcopal do Rio de Janeiro.
O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o Espírito Santo na Audiência Geral, desta quarta-feira (13/11), realizada na Praça São Pedro.
“Entre os vários meios pelos quais o Espírito Santo realiza a sua obra de santificação na Igreja – Palavra de Deus, Sacramentos, oração – há um muito especial: a piedade mariana“, disse o Papa no início de sua catequese. Segundo Francisco, “na tradição católica há sempre este lema, esta expressão: “Ad Iesum per Mariam”. Nossa Senhora nos faz ver Jesus. Ela nos abre as portas, sempre! Nossa Senhora é a mãe que nos conduz pela mão em direção a Jesus. Maria nunca aponta para si mesma: Nossa Senhora aponta para Jesus. Esta é a piedade mariana: a Jesus pelas mãos de Nossa Senhora”.
“São Paulo define a comunidade cristã como “uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações”. Maria, como primeira discípula e figura da Igreja, é também uma carta escrita com o Espírito de Deus vivo”, disse ainda Francisco. Ao dizer o seu “sim” ao anúncio do anjo é como se Maria dissesse a Deus: “Eis-me aqui, sou uma tábua de escrever: que o Escritor escreva o que quiser, faça de mim o que quiser o Senhor de todas as coisas”.
Eis, portanto, como a Mãe de Deus é instrumento do Espírito Santo na sua ação santificadora. No meio da profusão interminável de palavras ditas e escritas sobre Deus, sobre a Igreja e sobre a santidade, ela sugere apenas duas palavras que todos, mesmo os mais simples, podem pronunciar em qualquer ocasião: “Eis-me aqui” e “fiat”. Maria é aquela que disse “sim” a Deus e, com o seu exemplo e a sua intercessão, incita-nos a dizer-Lhe também o nosso “sim”, cada vez que nos vemos confrontados com uma obediência a cumprir ou uma prova a vencer. De acordo com o Papa, “em todos os momentos da sua história, mas particularmente neste momento, a Igreja encontra-se na situação em que se encontrava a comunidade cristã após a Ascensão de Jesus ao céu. Ela deve anunciar o Evangelho a todos os povos, mas está à espera do “poder do alto” para o poder fazer. E não esqueçamos que, naquele momento, como lemos nos Atos dos Apóstolos, os discípulos estavam reunidos ao redor de “Maria, mãe de Jesus”.
É verdade que havia outras mulheres com ela no cenáculo, mas a sua presença é diferente e única entre todas. Entre ela e o Espírito Santo existe um vínculo único e eternamente indestrutível que é a própria pessoa de Cristo, “encarnado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria”, como rezamos no Credo. O evangelista Lucas sublinha deliberadamente a correspondência entre a vinda do Espírito Santo sobre Maria na Anunciação e a sua vinda sobre os discípulos no Pentecostes, usando algumas expressões idênticas em ambos os casos.
O Papa recordou que São Francisco de Assis, “numa das suas orações, saúda a Virgem como “filha e serva do Rei Altíssimo, o Pai Celeste, mãe do Santíssimo Senhor Jesus Cristo, esposa do Espírito Santo”. Filha do Pai, Mãe do Filho, Esposa do Espírito Santo! Nenhuma palavra mais simples poderia ilustrar a relação única de Maria com a Trindade”. “Como todas as imagens, esta da “esposa do Espírito Santo” não deve ser absolutizada, mas tomada pela quantidade de verdade que contém, e é uma verdade muito bela. Ela é a esposa, mas é, antes disso, a discípula do Espírito Santo”, disse ainda Francisco. “Aprendamos com ela a ser dóceis às inspirações do Espírito, especialmente quando Ele nos sugere que “nos levantemos depressa” e vamos ajudar alguém em necessidade, como ela fez logo depois que o anjo a deixou”, concluiu.
“Decodificar para o homem de hoje, com a ajuda da tecnologia digital, o entrelaçamento de história, arte e espiritualidade que tornam a Basílica única no mundo.” Com essas palavras, o arcipreste da Basílica de São Pedro, cardeal Mauro Gambetti, presidente da Fábrica de São Pedro, apresentou na Sala de Imprensa da Santa Sé, nesta segunda-feira (11/11), o fruto da colaboração entre os responsáveis pela Basílica, coração espiritual do cristianismo, e a Microsoft, uma das empresas de informática mais importantes do mundo.
Quatrocentas mil fotos para um gêmeo digital
Durante três semanas, drones, câmeras e lasers capturaram mais de 400 mil imagens de alta resolução dentro da Basílica, que foram usadas para criar um modelo 3D ultra-preciso da igreja mais famosa da cristandade. O AI for Good Lab da Microsoft elaborou dados de fotogrametria da equipe francesa Iconem, aperfeiçoando o gêmeo digital com precisão milimétrica. Os algoritmos de inteligência artificial preencheram as lacunas, melhoraram os detalhes e criaram uma reconstrução virtual perfeita. Uma verdadeira cópia virtual da Basílica construída sobre o túmulo de Pedro, obra-prima da arte e da arquitetura mundial, além de símbolo de Roma.
Uma ajuda para os peregrinos, mas também para os estudiosos
A partir de 1º de dezembro próximo, imagens geradas por inteligência artificial permitirão a quem se conectar ao site interativo da Basílica visualizar tanto o interior quanto o exterior da Basílica, desfrutando de uma experiência imersiva através de modelos 3D detalhados e um programa educacional inspirado no modelo “Minecraft”. Um gêmeo digital que ajudará os visitantes e peregrinos, mas também permitirá a estudiosos e restauradores explorar o universo policromado do monumento com precisão e detalhes sem precedentes.
Uma Basílica que abre suas portas ao mundo
“A Basílica de São Pedro: AI-Enhanced Experience”, é o nome do novo projeto, inserido na mais ampla “Missão Digital” lançada pela Fábrica de São Pedro, e baseado em tecnologias de ponta para permitir que peregrinos e visitantes de todo o mundo possam admirar e interagir com a Basílica. Será possível redescobrir a sua história e o seu papel como ponto de referência do cristianismo, bem como o de um precioso tesouro de arte e cultura para toda a humanidade. O lugar onde está sepultado o apóstolo Pietro, o espaço sagrado onde se preserva a arte gerada por gênios como Bramante, Michelangelo, Bernini e Rafael, Maderno e Canova, pode ser explorado e estudado como nunca antes. Uma escolha inovadora desejada pelo cardeal Gambetti que contou com a plena colaboração da Microsoft para abrir as portas da Basílica ao mundo – precisamente por ocasião do próximo Jubileu – e doar a sua espiritualidade, cultura e beleza, mesmo a quem não poderá vir a Roma no Ano Santo.
Um ponto de partida para a conservação
A inteligência artificial também ajudou a detectar e mapear as vulnerabilidades estruturais da Basílica, como rachaduras e mosaicos faltando, e permitirá uma melhor orientação dos futuros trabalhos de conservação. “Podendo desta forma explorar de perto o mosaico da cúpula – disse Gambetti – identificamos até pequenos ninhos de aranhas que agora serão removidos”.
Duas mostras digitais na Basílica
Duas novas exposições imersivas foram inauguradas por ocasião do Jubileu de 2025 dentro da Basílica. Petros Eni e Petros Eni Octagon, também oferecerão aos peregrinos e visitantes “reais” uma combinação especial de conhecimento histórico e exploração digital, mostrando aspectos importantes da evolução da Basílica ao longo dos séculos.
Um modelo “para sempre”
“A inteligência artificial permite-nos admirar esta Basílica de uma forma única e inovadora nunca vista antes”, disse na Sala de Imprensa Brad Smith, presidente da Microsoft. “Esta parceria, que une instituições e inovação tecnológica, criou uma experiência memorável para todos aqueles que querem aprofundar a história e o significado deste lugar extraordinário. Geramos, também para as gerações futuras, um modelo da Basílica Vaticana que viverá para sempre”.
Um espaço para encontrar Deus
“Fomos animados por um desejo que não é simplesmente estético ou ligado a uma inovação tecnológica”, explicou o padre Francesco Occhetta, secretário da ‘Fundação Fratelli Tutti’, que coordenou o projeto da Microsoft. “Muitas pessoas estão procurando um espaço sagrado onde possam se encontrar diante de Deus, e a reconstrução digital da Basílica ajudará nesse encontro em todos os cantos do mundo. Por esse motivo, essa visão 3D reconecta a arquitetura sagrada ao corpo de São Pedro e representa uma extensão dele”.